segunda-feira, 17 de agosto de 2009

UMA VERDADE SOBRE A ZONA FRANCA DE MANAUS

PIM GERA RECEITA TRIBUTÁRIA E BENEFÍCIOS SOCIAIS QUE EXCEDEM OS VALORES QUE DEIXAM DE SER ARRECADADOS COM OS INCENTIVOS FISCAIS
A Superintendência da Zona Franca de Manaus tem como um dos seus veículos de comunicação a revista SUFRAMA HOJE. Com periodicidade bimestral, a revista aborda assuntos relacionados as ações da Autarquia em sua área de atuação (Amazonas, Roraima, Amapá, Rondônia e Acre). Na edição 45, de agosto de 2009, a jornalista Cristiane Mota assina uma matéria que mostra que o PIM gera receita tributária e benefícios sociais que excedem os valores que deixam de ser arrecadados com os incentivos fiscais.

O modelo Zona Franca de Manaus é o mais bem sucedido modelo de desenvolvimento regional do Brasil, apesar disso, ele é constantemente atacado. Os argumentos variam, mas o principal é que o seu pólo industrial tem suas bases em um imenso paraíso fiscal. Os que estudam o modelo Zona Franca e aqueles que aqui trabalham são sabedores que a verdade é bem diferente. O modelo não é perfeito (há algo perfeito?), mas sua importância para a região amazônica é fato.

Abaixo, apresentamos a matéria da jornalista Cristiane Mota, como já informei, veiculada na revista Suframa Hoje. Parabéns pela matéria! Contra fatos há argumentos contrários?
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Ganhos tributário e social superam renúncia fiscal

PIM gera receita tributária e benefícios sociais que excedem os valores que deixam de ser arrecadados com os incentivos fiscais

A cada R$ 1 que as empresas deixaram de recolher em impostos pelos incentivos concedidos no modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) em 2008, R$ 1,37 retornou em arrecadação de tributos aos cofres da União, Governo do Amazonas e Prefeitura de Manaus. O cálculo foi apresentado durante o “Workshop Gastos Tributários da União”, o primeiro evento realizado pela Receita Federal do Brasil (RFB), no final de maio deste ano, para discutir a renúncia fiscal entre os órgãos gestores, controladores e de operacionalização de gastos tributários do país.

Técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) atestaram que, em 2008, a arrecadação total de tributos somente no estado do Amazonas, somados os valores das três esferas de governo, foi de R$ 15,222 bilhões, ante a uma renúncia de impostos federais por meio da ZFM da ordem de R$ 11,161 bilhões no mesmo ano.
“A participação da SUFRAMA no workshop se fez relevante junto aos órgãos federais primeiro para que estes compreendam e internalizem a extafiscalidade da ZFM em suas análises sobre a renúncia fiscal. O segundo fator relevante foi demonstrar o efeito multiplicador dos incentivos fiscais do modelo na região”, afirma a titular da Coordenação Geral de Estudos Econômicos e Empresariais (COGEC) da autarquia, economista Ana Maria Souza.
Segundo a coordenadora, embora os incentivos concedidos por meio da ZFM no Polo Industrial de Manaus (PIM) e nas Áreas de Livre Comércio (ALC) tenham natureza tributária extrafiscal – existem para promover prioritariamente o desenvolvimento da região – seus efeitos ultrapassam os ganhos sociais e ainda têm sido capazes de gerar arrecadação de tributos aos cofres públicos federal, estadual e municipal.
Dessa forma, segundo a economista, reforça-se a ideia de que a política de exceção fiscal da ZFM é uma função distributiva do Estado, em que o Governo deve atuar para que se estabeleçam critérios socialmente justos para a distribuição de renda e riqueza do país, diminuindo as disparidades regionais.
“A política de exceção fiscal implantada quando da criação da ZFM recebeu, ao longo dos anos, alterações significativas no sentido de transformar esse modelo numa ferramenta para função distributiva do Estado na Amazônia Ocidental”, enfatizou Ana Maria, que representou a SUFRAMA no workshop e abordou, além de números sobre o retorno fiscal dos incentivos, os indicadores que mostram a boa relação custo versus benefício dos estímulos concedidos na ZFM.
Impactos
Entre os resultados positivos do modelo, Ana Maria ressaltou, durante o workshop, a própria arrecadação de tributos federais, que no Amazonas foi de R$ 7,156 bilhões e representou 63,45% de tudo que a União arrecadou na região Norte em 2008, da ordem de R$ 11,279 bilhões. Se considerada apenas a Segunda Região Fiscal da RFB, formada pelos Estados do Norte, exceto o Tocantins, esse montante representou 66,15% do total arrecadado na região.
Levando em conta todos os Estados da Amazônia Ocidental (Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia), área de atuação da Suframa e que recebe benefícios do modelo, a arrecadação, que foi de R$ 8,177 representou 72,5% de tudo que a União arrecadou na região Norte em 2008. O fomento ao desenvolvimento da Amazônia Ocidental e das Áreas de Livre Comércio de Macapá e Santana, no Amapá, também foi destacado no encontro. No total, a SUFRAMA investiu mais de R$ 487 milhões, entre 2002 e 2008, em projetos de apoio à produção, infraestrutura, promoção, turismo, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e capacitação de recursos humanos.
Outros indicadores de destaque foram os impactos socioambientais positivos do modelo que, no Amazonas, é responsável por grande parcela do índice de preservação das florestas do estado, que é de 98%. Segundo estudo realizado por pesquisadores das Universidades Federais do Amazonas (UFAM) e do Pará (UFPA), do Instituto Piatam e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a existência do PIM foi responsável por 70% a 77% do índice de preservação da cobertura vegetal do Amazonas, no período estudado: de 2000 a 2006. O estudo, financiado pela Nokia do Brasil e apoiado pela SUFRAMA, foi concluído no ano passado.

No campo social, os indicadores mostram que o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos Estados da Amazônia Ocidental, de 1991 a 2005, foi superior à media brasileira (25,07%). No Amazonas, foi de 37,44%; Acre, 29,85%; Rondônia, 28,63%; e Roraima, 25,18%.

Ipea vai medir eficácia dos incentivos fiscais

Um convênio entre a Receita Federal e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vai aferir a eficácia dos gastos tributários direcionados pela União a diversos setores produtivos do país no que se refere principalmente ao aumento da renda e do emprego. A informação é do coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, Raimundo Eloi de Carvalho, que destacou a medida como um dos principais resultados do encontro realizado em Brasília, no final de maio deste ano, para discutir a renúncia fiscal.

Além desta ação, já em andamento, Carvalho ressaltou outro convênio, firmado com o Ministério da Educação, para aperfeiçoamento da metologia de cálculo da renúncia relativa ao Programa Universidade para Todos (Prouni), para calcular o custo de cada bolsa de estudo desse programa do Governo Federal..
A melhoria do processo de cálculo da renúncia fiscal foi um dos objetivos do “Workshop Gastos Tributários da União”, realizado pelo Ministério da Fazenda por meio da Receita Federal e da Escola de Administração Fazendária. Segundo Carvalho, o encontrou, que passará a ter periodicidade anual, buscou promover a integração e o debate entre todos os órgãos envolvidos na elaboração de estimativas, no controle, na contabilização e operacionalização dos valores decorrentes da concessão de benefícios de natureza tributária no país.
O workshop também buscou possibilitar aos participantes uma visão de como trabalham os demais órgãos que interagem com a Receita Federal na elaboração do cálculo de suas renúncias específicas, bem como promover maior aproximação e familiaridade com órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e de contabilização, como a Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

7 comentários:

Unknown disse...

Fala Jorjão!!!!

Pow só eu comento nesse teu blog!!!

Sei que você é árduo defensor da SUFRAMA, sei tabém que o blog é seu e você coloca aqui o que você quiser.

Quero sugerir aos leitores desse artigo Deve ter algum leitor por aqui) que joguem no google "ipea politização" "IPEA pochman politização". E tire suas próprias conclusões.

Infelizmente se comenta que apesar da qualidade do corpo técnico do IPEA , O órgão perdeu a independência. Algo que o governo tenta fazer hoje com a Receita Federal mas os auditores vêm resistindo.

Quero deixar claro que reconheço que o Pochman - superintendente do órgão - é pesquisador competente, mas tem se mostrado um político competente também.

Muita gente aqui no mestrado e doutorado da FGV sonha em ser do IPEA, muitos técnicos de lá são ex-alunos daqui e tem rolado muitos comentários por aqui de que existem vários técnicos que para não cumprir ordens de superiores do IPEA e para não se queimarem no mercado entraram em licença ou pediram pra sair, ou articularam para serem cedidos para outros órgãos, inclusive ganhando menos, até passar essa maré.

Zé Jorge disse...

Meu amigo Mauricio,
quando resolvi criar e escrever em um blog, não tive (e nem tenho) a pretensão de que o espaço vire um centro maior de comentários. O criei para que eu pudesse compartilhar assuntos e opiniões que eu ache interessante. Quando dou a oportunidade aos leitores de tecerem seus comentários, faço como mais uma ferramenta do blog Assim, fique à vontade para comentar algo. Seus comentários sempre serão muito bem vindos. OK?

Sou defensor da Suframa como sou defensor dos meus amigos e, principalmente, meus familiares. Defendo aqueles em que acredito, mas sem perder a noção do que é correto ou errado. O modelo ZFM, para mim, é uma importante ferramenta de desenvolvimento regional e deve ser tratada com estratégias de Estado e não de Governo.

Não entendi o porque do seu comentário Mauricio? Parece que queres descontruir a matéria e o seu assunto atacando o IPEA. É isso? Se for isso, acho que não é a melhor forma. Assim, acredito que fica sem sustentação.

Aproveito para te convidar para postar aqui no blog artigos seus e de outros autores sobre os mais variados temas. Como sei do seu potencial, acho que poderás enriquecer este espaço. Posso contar?

Um abração!
Zé Jorge

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Meu caro Jorge,
Parece que meu comentário não agradou ou foi mal compreendido.
É por isso que, embora seja leitor de vários blogs, nunca comento cara...pq é muito difícil escrever de forma competente, ou seja, de forma que o leitor entenda o que realmente eu quis dizer. Até porque as vezes uma coisa descompromissada, um comentário bobo, ou uma frase mal elaborada ou mal pensada pode gerar efeitos enormes.
Tô surpreso com sua reação, mas saiba que não quero desconstruir nada. Minha intenção até em virtude de minha atividade profissional de administrador e professor era só buscar uma reflexão maior sobre as praticas adminsitrativas, especialmente na área pública.
Não ataquei o IPEA, até porque não teria força nem competência pra isso, mas achei que seria importante para seus leitores e até pra vocêe mesmo através de uma rápida busca no google com os termos "ipea politização" ter uma visão melhor do que é e como está o órgão.
Na sua resposta você fala de políticas de estado e não de governo, já conversamos sobre isso várias vezes e concordo com você. Acho que há órgãos e políticas que são de governo e de política propriamente dita e existem órgãos e políticas que são de Estado. No Governo Federal órgãos da importância do IPEA, INPA, RECEITA FEDERAL, IME, ITA e outros devem ser geridos com competência e estabilidade que independam do governante de plantão. Ou seja, são órgãos de Estado. Com políticas e ações que definem o rumo do país a longo prazo.
O caso do IPEA é mais relevante pra mim porque é um dos pouquíssimos órgãos onde nós administradores podemos exercer "cargos de carreira", com independência técnica, e uma remuneração decente, diferenciando-se dos demais órgãos da Administração Federal. São poucas as carreiras que têm essa possibilidade para os administradores, pesquisador do IPEA, a carreiras de auditor fiscais da receita federal e as carreiras de gestor público do MPGO, do MDI e de auditor do tribunal de contas. São somente estas. E a de professor universitário também.
A intenção do meu comentário era trazer pra discussão algo que ocorre dentro de alguns órgãos do Governo Federal na Gestão do Lula, as vezes de forma tímida, as vezes mais explícita. Basta ver as notícias sobre o IPEA em 2007 e na Receita Federal hoje. A carta dos auditores fiscais que se demitiram em massa ontem ilustra bem o que acontece. Em 2007 também houve demissão em massa no IPEA.
Não tinha a menor intenção de tentar desconstruir o artigo do seu blog, pois não tenho informações e dados sobre o tema e nem tenho interesse nesse tipo de abordagem mas de qualquer forma achei que seria uma oportunidade interessante de fazer um alerta sobre o aparelhamento dos órgãos públicos e a politização de instituições e atividades de natureza técnica no Governo Federal. Isso acarreta males inconcertáveis como, por exemplo a "possibibilidade", veja bem, não estou afirmando que é, pois não tenho informações suficientes para isso (e também porque não dedicaria meu tempo a isso), de os dados do IPEA não serem analisados de forma correta, gerando novas interpretações equivocadas.
Espero que agora tenha sido mais claro.
De qualquer forma fiquei um pouco constrangido com a sua reação, mas entendi que o blog é principalmente para as suas idéias e opiniões.
Não tenho textos para o formato de blog e como falei no início é um formato muito aberto que pode gerar reações diversas de pessoas com quem não sei se teria paciência e tempo de contra-argumentar.
Abraços!!!
Mauricio.

Zé Jorge disse...

Meu amigo (de verdade) Mauricio, acho que o ponto aqui não é se o seu comentário não foi bem visto. Talez mal entendido sim, mas esse é realmente o risco que se corre ao escrever.

Não fique constrangido, não tenho o intuito de fazr isso com ninguém,ainda mais com você por quem nutro admiração inscontstável.

O espaço não é somente para as minhas idéias e opiniões. Fato é que o blog por ser administrado por mim, pode sofrer influências minhas, mas jamais tolirei quem quer que seja de expressar seu ponto de vista.

Acho que o espaço é um aprendizado. Mesmo apesar da sua negativa, continuo deixando o blog totalmente aberto para as suas postagens e não somente comentários. Sei do seu valor e da sua competência!

Fica tudo explicado assim? Espero que sim!
Um abraço, amigo!
Zé Jorge

OLYMPIKUS FC disse...

A jornalista Cristiane Motta é uma grande amiga da faculdade PUC/MG.
Gostaria de localizá-la...
Vc poderia me ajudar??
williambhz@yahoo.com.br

OLYMPIKUS FC disse...

A Jornalista Cristiane motta é uam grande amiga da faculdade PUC/MG.
Gostaria de localizá-la. VC tem o e-mail dela???
williambhz@yahoo.com.br