sexta-feira, 24 de abril de 2009

ENCHENTES NA AMAZÔNIA

1,2 Milhão Ameaçados
Um estudo aponta que municípios da região de várzea não têm plano de emergência para enfrentar danos causados pelas inundações.
Apesar de estarem sob constante ameaça de inundações, os municípios da região de várzea da Amazônia, onde moram cerca de 1,2 milhão de pessoas, não têm um plano de emergência para enfrentar as calamidades. É o que aponta um estudo elaborado por especialistas de diferentes universidades públicas brasileiras, que analisaram 17 cidades da região.
A pesquisa, ligada ao Programa de Apoio ao Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (ProVárzea/Ibama), se debruçou sobre quatro cidades do Alto Solimões (Tabatinga, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença e Amaturá), três do Médio Solimões (Tefé, Alvarães e Coari), quatro do Médio Amazonas (Silves, Parintins, Maués e Itacoatiara), três do Baixo Amazonas (Alenquer, Óbidos e Santarém), e três da região da foz do Amazonas (Gurupá, Porto de Moz e Almeirim).
“A sujeição dos moradores ao ritmo das águas do Solimões e do Amazonas os torna vulneráveis a perdas materiais. São roças que vão ‘para o fundo’, terras caídas que ameaçam levar o próprio terreno das casas, enchentes que ameaçam destruir culturas perenes e afogar animais de criação”, observa o documento-síntese do estudo. “Esta vulnerabilidade foi descrita por todos os pesquisadores, mas surpreende o fato de não ter sido encontrado em nenhum município um plano de emergência para enfrentar as calamidades”, ressalta.
Na avaliação da gerente de Estudos Estratégicos do ProVárzea/Ibama, Maria Clara Forsberg, o que prevalece é uma “visão fatalista”, segundo a qual a tanto a enchente quanto as perdas decorrentes são algo inevitável.
Governo alerta para risco de enchentes na Amazônia
As chuvas que atingem a região Amazônica há mais de um mês já deixaram milhares de desabrigados. Só em Rio Branco, no Acre, quase 700 famílias estão desabrigadas ou temporariamente na casa de familiares e amigos. O nível do Rio Acre que subiu nos últimos dias, estabilizou.

Agora a principal preocupação das autoridades é com o município de Manaus. A Agência Nacional de Águas já soltou o alerta: em dois dias, um dos principais afluentes do rio Amazonas, o Rio Negro, subiu 12 centímetros, oito centímetros a mais do que na pior enchente já vista na região: a de 1953.
A situação é grave, porque são milhares de famílias que serão desalojadas ou que estarão sob risco de doenças, de desabastecimento e coisas do tipo, disse o presidente da ANA, José Machado.
Segundo o governo, a previsão para os próximos sete dias é de mais chuva no Amazonas. Estima-se que até a próxima terça-feira, chova 400% acima do previsto para esta época do ano. Mas a Defesa Civil garante que medidas de apoio à população não vão faltar.
Tudo o que for necessário para amenizar o sofrimento das pessoas afetadas por desastre será feito: remoção, ocupação de abrigos, de órgãos públicos, todos os movimentos necessários para amenizar o sofrimento dessas pessoas, completou o secretário Nacional da Defesa Civil, Roberto Guimarães.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, medidas preventivas evitariam tragédias como a que aconteceu em Santa Catarina.
A ideia é evitar ocupação das faixas marginais dos rios, reflorestar a faixa marginal dos rios, construir nos locais mais elevados da cidade. Mas todos sabem que a ocupação dessas cidades, muitas vezes, é desordenada. Nós queremos evitar, por exemplo, que aconteça em Manaus, algo parecido com o que aconteceu em Santa Catarina. Desta vez, vamos atuar mais forte na prevenção, finalizou Minc.
Espero que o país se sensibilize da mesma forma que ocorreu com a catástrofe de Santa Catarina e ajude os irmãos do norte do país.


Fonte: http://www.canalrural.com.br, http://www.pnud.org,
Fotos: Portal Amazônia

Um comentário:

Myllana disse...

Isso pra mim é de cortar o coração. E esse tempo maluco?
Deus me livre...