A luta eterna dos estudantes
Quando eu era estudante universitário participei de inúmeras manifestações como membro do movimento estudantil. Obtivemos muitas vitórias, é verdade! Uma delas foi a garantia da permanência da meia passagem aos estudantes. Os empresários do sistema de transporte urbano volta e meia querem acabar com esse benefício legítimo dos estudantes alegando que ele encarece o valor da passagem. Hoje vejo que esse argumento tinha (se não é que ainda tem) o objetivo de pressionar o poder público a proporcionar vantagens, ainda maiores, às empresas detentoras da concessão do transporte urbano. Como os estudantes sempre se mobilizam e não permitem o fim do benefício, o poder público é obrigado a buscar outras alternativas para que o valor da passagem não aumente. Foi assim que os incentivos fiscais para este setor foi instituído e o direito do estudante à meia passagem foi preservado.
Concluí o curso superior em 1999 e dez anos depois vejo que a história se repete. Os estudantes novamente voltam às ruas para tentar garantir o direito deles à meia passagem. Desde o ano passado que esse assunto polêmico é discutido, mas a sociedade se mantém, aparentemente, indiferente à ele. A alternativa dos estudantes foi parar uma das principais avenidas da cidade bem na hora do rush. O caos se instalou em parte da cidade de Manaus. É justa a manifestação? A forma que foi feita é a mais correta? Os estudantes têm o direito de “parar a cidade”? As perguntas são inúmeras, mas cada segmento da sociedade utiliza as ferramentas que estão ao seu alcance na tentativa de assegurar os seus direitos. Conversas já ocorreram com os vereadores e os empresários do sistema de transporte. Audiências públicas foram realizadas. Mesmo assim, a sociedade pouca importância deu à causa. Talvez agora ela tome conhecimento do que os estudantes estão temendo.
Sinceramente não concordo com manifestações como a que ocorreu ontem, mas concordo que os estudantes deveriam fazer algo para mostrar que são contra o fim ou redução das meias-passagens de forma mais incisiva. Acredito que a paralisação da rua por um tempo menor era o suficiente ou até mesmo uma panfletagem para buscar apoio da sociedade à causa. Como a greve para os trabalhadores, o bloqueio de ruas é a alternativa radical dos estudantes.
O meu amigo Emmanuel de Aguiar postou em seu blog (clubedabaladeira.blogspot.com) um artigo interessante, o qual transcrevo abaixo, onde ele aborda a atual situação do transporte urbano na cidade de Manaus de um modo geral. Espero que o direito legítimo dos estudantes seja preservado, como assim foi no passado.
Concluí o curso superior em 1999 e dez anos depois vejo que a história se repete. Os estudantes novamente voltam às ruas para tentar garantir o direito deles à meia passagem. Desde o ano passado que esse assunto polêmico é discutido, mas a sociedade se mantém, aparentemente, indiferente à ele. A alternativa dos estudantes foi parar uma das principais avenidas da cidade bem na hora do rush. O caos se instalou em parte da cidade de Manaus. É justa a manifestação? A forma que foi feita é a mais correta? Os estudantes têm o direito de “parar a cidade”? As perguntas são inúmeras, mas cada segmento da sociedade utiliza as ferramentas que estão ao seu alcance na tentativa de assegurar os seus direitos. Conversas já ocorreram com os vereadores e os empresários do sistema de transporte. Audiências públicas foram realizadas. Mesmo assim, a sociedade pouca importância deu à causa. Talvez agora ela tome conhecimento do que os estudantes estão temendo.
Sinceramente não concordo com manifestações como a que ocorreu ontem, mas concordo que os estudantes deveriam fazer algo para mostrar que são contra o fim ou redução das meias-passagens de forma mais incisiva. Acredito que a paralisação da rua por um tempo menor era o suficiente ou até mesmo uma panfletagem para buscar apoio da sociedade à causa. Como a greve para os trabalhadores, o bloqueio de ruas é a alternativa radical dos estudantes.
O meu amigo Emmanuel de Aguiar postou em seu blog (clubedabaladeira.blogspot.com) um artigo interessante, o qual transcrevo abaixo, onde ele aborda a atual situação do transporte urbano na cidade de Manaus de um modo geral. Espero que o direito legítimo dos estudantes seja preservado, como assim foi no passado.
Transporte Coletivo - Cadê você Vereador? (retirado do clubedabaladeira.blogspot.com)
Decididamente o sistema de transporte coletivo de Manaus é sem dúvida a coisa mais imoral e mais decadente da vida urbana e política da cidade de Manaus. Nada se compara a essa mazela que há anos aflige a sociedade amazonense, em particular aqueles que dependem do sistema. O que mais intriga, entretanto, é a facilidade com que os políticos conseguem legislar em benefício das empresas e na contramão dos interesses do usuário do sistema. São rápidos e rasteiros na hora de legislar e aprovar a redução da meia passagem, por exemplo, porém lerdos e, desculpem-nos a sinceridade, excessivamente covardes na hora de investigarem os prejuízos aos cofres públicos causados por um sistema falido, como é o caso do sistema expresso, onde as plataformas de chegada e saída de passageiros, espalhados pela cidade e que custaram em média 150 mil reais cada uma aos bolsos dos contribuintes, estão abandonadas e praticamente destruídas. Repito: 150 mil reais cada plataforma. Senhores vereadores: dá para ter uma idéia de quantas meias passagens cada plataforma dessa abandonada representa? E aí! Vai ficar por isso mesmo? Eu acho que já ficou!
O sistema continua falido e o povo que depende dos ônibus está entregue a própria sorte. Alguém tem dúvida disso? E não esperem muita coisa pela frente! As empresas - só Deus explica como - conseguem com enorme facilidade sensibilizar os vereadores a reduzirem o número de meia passagem de 122 para 44. Por mais que tenham razão, a pergunta é a seguinte: o que o usuário está ganhando com essa medida? A resposta é simples: nada - absolutamente nada! Não dá para esperar nada de um sistema falido. Não se pode esperar nada de um grupo de empresas de quinta categoria que não cumpre contrato, explora e não paga direito seus empregados, não recolhe impostos, não cuida da frota, polui, suja, lambuza, etc. etc. É esse o sistema que está aí nas ruas servindo a população. Tudo é ruim! Da gestão à fiscalização E o que pior! Subsidiado pelo Estado e pelo Município. A coisa é explicitamente tão boa que nenhum deles pensa em largar do osso. Reclamam, porém é só jogo de cena. Nenhum deles pensa em largar do osso. A próxima meta, como já disse, é o aumento da tarifa, para que os lucros sejam atualizados, obviamente. Se você pensa que é para melhorar a vida do usuário, pode tirar o cavalinho da chuva.
De teimoso, antes de encerrar eu gostaria de perguntar aos nobres vereadores da nossa cidade: cadê o discurso de campanha? cadê a nova licitação para acabar com a pouca vergonha do sistema que está aí implantado? cadê a CPI do sistema expresso? cadê as centenas de novos ônibus prometidos? Cadê a presença dos senhores nas paradas dos ônibus para acompanhar o sofrimento de quem depende desse sistema e explicar a eles por que não muda coisa alguma? Cadê a presença dos senhores dentro dos ônibus para conhecer os riscos não só de andar em coletivos em péssimas condições, mas dividir com eles os dramas dos assaltos que acontecem semana sim, outra também? Cadê você vereador?
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