O mundo enfrenta uma crise econômica sem previsão otimista para seu fim. A origem da crise, o mercado financeiro nos Estados Unidos, retrata a saúde do sistema bancário norte-americano, das hipotecas provenientes da má gestão entre as boas condições de financiamento (baixo juro nos Estados Unidos praticados entre 2001 e meados de 2004) e o saber endividar das pessoas.
Adotando uma política de taxas de juros muito baixas e de redução das despesas financeiras, a política americana induziu os intermediários financeiros e imobiliários a incitar uma clientela cada vez maior a investir em imóveis. Foram assim criados os empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável concedidos às famílias "frágeis", ou seja, para os clientes com baixa renda, sem patrimônio ou até mesmo sem emprego. Na realidade, eram financiamentos de casas, muitas vezes conjugados com a emissão de cartões de crédito, concedidos a famílias que os bancos sabiam de antemão não ter renda familiar suficiente para poder arcar com suas prestações.
Num passo seguinte, os bancos que criaram essas hipotecas transformaram-nas em títulos livremente negociáveis que passaram a ser vendidos. Por uma razão que se desconhece, as agências mundiais de crédito deram a chancela de AAA - a mais alta - a esses títulos.
Logicamente, os resultados teriam grandes chances de serem desastrosos. Quando a Reserva Federal, em 2005, aumentou a taxa de juros para tentar reduzir a inflação, desregulou-se a máquina; o preço dos imóveis caiu, tornando impossível seu refinanciamento para os clientes “frágeis”, que se tornaram inadimplentes em massa, e esses títulos se tornaram impossíveis de ser negociados, a qualquer preço, o que desencadeou um efeito dominó, fazendo balançar o sistema bancário internacional, a partir de agosto de 2007.
Aqui no Brasil, os impactos dessa crise já são sentidos. O mercado de trabalho no Brasil somente voltou a registrar saldo positivo em fevereiro, após três meses de redução no emprego formal. Dados oficiais mostram que, no mês passado, houve 9.179 contratações com carteira assinada a mais do que demissões. Entre novembro e janeiro, foram perdidos 797 mil postos formais de trabalho em todo o Brasil. Somente no estado do Amazonas, no mês de fevereiro foi verificado saldo negativo de 6.360 postos de trabalho com carteira assinada. A admissão de 9.202 pessoas foi ultrapassada pelas 15.562 demissões registradas no período. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O governo brasileiro no fim do ano passado implantou várias medidas para injetar liquidez e conter a queda do real, junto com benefícios fiscais para estimular a aquisição de automóveis e outros bens duráveis, reforçam a percepção de que o governo está tentando encarar a crise. Foram injetados mais de R$ 150 bilhões para aumentar a liquidez no mercado de crédito e combater os efeitos da crise financeira. As reservas internacionais do país são superiores a 200 bilhões de dólares. Nos próximos dias, o governo deverá anunciar a redução da taxa de administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que incide sobre as motos produzidas na região, o que deverá abater até 3% no valor do produto. A redução vai se somar à desoneração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 3,38% para 0,38%, sobre financiamentos para compra de motos anunciada no fim de 2008.
No estado do Amazonas, as ações visam a manutenção dos empregos e reforço dos arranjos produtivos. Entre as medidas que poderão ser implementadas no curtíssimo prazo destaca-se um possível aumento de renúncia fiscal para bens duráveis, além de uma ação para facilitar a instituição de uma linha de crédito para as motocicletas, por meio dos consórcios ou por intermédio de bancos, que poderiam ampliar os seus financiamentos
Com tantos incentivos a redução da arrecadação é algo inevitável. O corte no Orçamento Geral da União pode chegar a R$ 45 bilhões, para ajustar a programação de gastos à queda da arrecadação. Além de conter as despesas, o governo ainda vai, pela primeira vez, baixar a meta de superávit primário (economia de recursos públicos para pagar juros da dívida) em pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora o governo federal já indica que o reajuste salarial do funcionalismo público está atrelado a um arrefecimento da crise financeira mundial.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil foi o último país a entrar em crise e será o primeiro a sair. Lula atribuiu esta melhora aos sinais positivos como a retomada do consumo de gás natural, de energia elétrica e à reação do nível de emprego no mês passado, além do comportamento do comércio e o reaquecimento das vendas de automóveis. Tomara!
Adotando uma política de taxas de juros muito baixas e de redução das despesas financeiras, a política americana induziu os intermediários financeiros e imobiliários a incitar uma clientela cada vez maior a investir em imóveis. Foram assim criados os empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável concedidos às famílias "frágeis", ou seja, para os clientes com baixa renda, sem patrimônio ou até mesmo sem emprego. Na realidade, eram financiamentos de casas, muitas vezes conjugados com a emissão de cartões de crédito, concedidos a famílias que os bancos sabiam de antemão não ter renda familiar suficiente para poder arcar com suas prestações.
Num passo seguinte, os bancos que criaram essas hipotecas transformaram-nas em títulos livremente negociáveis que passaram a ser vendidos. Por uma razão que se desconhece, as agências mundiais de crédito deram a chancela de AAA - a mais alta - a esses títulos.
Logicamente, os resultados teriam grandes chances de serem desastrosos. Quando a Reserva Federal, em 2005, aumentou a taxa de juros para tentar reduzir a inflação, desregulou-se a máquina; o preço dos imóveis caiu, tornando impossível seu refinanciamento para os clientes “frágeis”, que se tornaram inadimplentes em massa, e esses títulos se tornaram impossíveis de ser negociados, a qualquer preço, o que desencadeou um efeito dominó, fazendo balançar o sistema bancário internacional, a partir de agosto de 2007.
Aqui no Brasil, os impactos dessa crise já são sentidos. O mercado de trabalho no Brasil somente voltou a registrar saldo positivo em fevereiro, após três meses de redução no emprego formal. Dados oficiais mostram que, no mês passado, houve 9.179 contratações com carteira assinada a mais do que demissões. Entre novembro e janeiro, foram perdidos 797 mil postos formais de trabalho em todo o Brasil. Somente no estado do Amazonas, no mês de fevereiro foi verificado saldo negativo de 6.360 postos de trabalho com carteira assinada. A admissão de 9.202 pessoas foi ultrapassada pelas 15.562 demissões registradas no período. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O governo brasileiro no fim do ano passado implantou várias medidas para injetar liquidez e conter a queda do real, junto com benefícios fiscais para estimular a aquisição de automóveis e outros bens duráveis, reforçam a percepção de que o governo está tentando encarar a crise. Foram injetados mais de R$ 150 bilhões para aumentar a liquidez no mercado de crédito e combater os efeitos da crise financeira. As reservas internacionais do país são superiores a 200 bilhões de dólares. Nos próximos dias, o governo deverá anunciar a redução da taxa de administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que incide sobre as motos produzidas na região, o que deverá abater até 3% no valor do produto. A redução vai se somar à desoneração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 3,38% para 0,38%, sobre financiamentos para compra de motos anunciada no fim de 2008.
No estado do Amazonas, as ações visam a manutenção dos empregos e reforço dos arranjos produtivos. Entre as medidas que poderão ser implementadas no curtíssimo prazo destaca-se um possível aumento de renúncia fiscal para bens duráveis, além de uma ação para facilitar a instituição de uma linha de crédito para as motocicletas, por meio dos consórcios ou por intermédio de bancos, que poderiam ampliar os seus financiamentos
Com tantos incentivos a redução da arrecadação é algo inevitável. O corte no Orçamento Geral da União pode chegar a R$ 45 bilhões, para ajustar a programação de gastos à queda da arrecadação. Além de conter as despesas, o governo ainda vai, pela primeira vez, baixar a meta de superávit primário (economia de recursos públicos para pagar juros da dívida) em pelo menos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora o governo federal já indica que o reajuste salarial do funcionalismo público está atrelado a um arrefecimento da crise financeira mundial.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o Brasil foi o último país a entrar em crise e será o primeiro a sair. Lula atribuiu esta melhora aos sinais positivos como a retomada do consumo de gás natural, de energia elétrica e à reação do nível de emprego no mês passado, além do comportamento do comércio e o reaquecimento das vendas de automóveis. Tomara!
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